segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O lampião e o lambari



As pescarias sempre dão o que falar. No interior de Minas Gerais, o caboclo havia acabado de chegar de uma pescaria. Passou em uma venda, - lá em Minas Gerais não tem bar tem venda. Dessas na beira da estrada. Parou ali pra tomar uma branquinha, em Minas não se pede pinga, pede uma branquinha. Encostou no balcão e começou a falar da pescaria para os amigos ali presentes. Contou que tinha pescado várias espécies de peixes; pacu, tilapia, corvina e outras que nem lembrava o nome. Disse que tinha pegado um lambari com mais de três quilos. O compadre que ouvia tudo calado não se conteve e discordou. - Ô compadre, como você mente hein’! Você trouxe esse lambari pra gente ver?
- Nem trouxe cumpade, nem trouxe! Era tanto peixe, mas tanto peixe que o danado ia dar muito trabaio pra limpá. Prifiri trazê os miudinho.
O compadre também começou falar da pescaria que também tinha feito no sábado anterior na lagoa lá Sitio Boa Sorte, do compadre Joaquim. Só que não teve a mesma sorte do compadre. Ficou lá o dia inteiro e não pegou nada. Pra não dizer que não pegou nada, pegou sim. Quando estava quase desistindo, sentiu uma fisgada forte, parecia que era o maior peixe que já tinha pegado em sua vida. Começou a puxar, puxar e pra sua surpresa fisgou um lampião. Devia ser algum pescador que foi ali à noite e acabou perdendo no fundo da lagoa. E o mais interessante, o lampião ainda estava aceso.
O que tinha pescado o lambari de três quilos não se conteve e disse: - Õ cumpade, ocê tem coragem de contá uma mintira destamanho. Onde já se viu pescá lampião, ainda aceso!!
O outro não deixou pra menos e disse: - Compadre, vamos fazer o seguinte, você diminui o peso do seu lambari , que eu apago o meu lampião.

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