As
pescarias sempre dão o que falar. No interior de Minas Gerais, o caboclo havia
acabado de chegar de uma pescaria. Passou em uma venda, - lá em Minas Gerais
não tem bar tem venda. Dessas na beira da estrada. Parou ali pra tomar uma
branquinha, em Minas não se pede pinga, pede uma branquinha. Encostou no balcão
e começou a falar da pescaria para os amigos ali presentes. Contou que tinha
pescado várias espécies de peixes; pacu, tilapia, corvina e outras que nem
lembrava o nome. Disse que tinha pegado um lambari com mais de três quilos. O
compadre que ouvia tudo calado não se conteve e discordou. - Ô compadre, como
você mente hein’! Você trouxe esse lambari pra gente ver?
-
Nem trouxe cumpade, nem trouxe! Era tanto peixe, mas tanto peixe que o danado
ia dar muito trabaio pra limpá. Prifiri trazê os miudinho.
O
compadre também começou falar da pescaria que também tinha feito no sábado
anterior na lagoa lá Sitio Boa Sorte, do compadre Joaquim. Só que não teve a
mesma sorte do compadre. Ficou lá o dia inteiro e não pegou nada. Pra não dizer
que não pegou nada, pegou sim. Quando estava quase desistindo, sentiu uma
fisgada forte, parecia que era o maior peixe que já tinha pegado em sua vida.
Começou a puxar, puxar e pra sua surpresa fisgou um lampião. Devia ser algum
pescador que foi ali à noite e acabou perdendo no fundo da lagoa. E o mais
interessante, o lampião ainda estava aceso.
O
que tinha pescado o lambari de três quilos não se conteve e disse: - Õ cumpade,
ocê tem coragem de contá uma mintira destamanho. Onde já se viu pescá lampião,
ainda aceso!!
O
outro não deixou pra menos e disse: - Compadre, vamos fazer o seguinte, você
diminui o peso do seu lambari , que eu apago o meu lampião.
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